26 de fevereiro de 2010

Pistets

Hoje vou sair pela primeira vez em semanas.

Finalmente há algo que me movimentou:


Nos vemos na pixxta!

25 de fevereiro de 2010

Minha voz

Há quem diga que a tecnologia vai matar o cinema. Não creio.

Organizar mostras e festivais é uma boa maneira de atrair os espectadores para as salas de cinema, em especial aquelas ditas de arte (leia-se, que não passam filmes hollywoodianos). Mostras são geralmente focadas num tema, reunindo num só local o interesse de várias pessoas que têm a regalia de poder assistir a uma boa seleção de filmes previamente escolhida.

Eis que me dirijo então ao Espaço 104, um centro de cultura por hora ilegal, mas que tem propostas ótimas e exposições incríveis (além de um bar/café bem bom), para ver uma mostra de cinema africano. Como ainda estou obcecado por tudo africano sub-saariano, lá fui eu com as maiores expectativas ver um filme de Cabo Verde.


Um lixo. Nha Fala tinha uma sinopse incrível, mas na verdade se trata de um musical à la Trapalhões (mas sem intenção), misturado com o pior da cultura decadente francesa.

Ok, é legal mostrar coisas diferentes às pessoas, mas há que existir critérios. Não é só porque o filme é longe que ele merece atenção.

Já é hora dos produtores e curadores mineiros e nacionais, no geral, descobrirem que a qualidade deve falar mais alto que a curiosidade nas mostras e exposições.

Não é à toa que os espaços de cultura vivem tão às moscas.

24 de fevereiro de 2010

Mão dupla

Para quê complicar quando podemos facilitar? Se eu soubesse a resposta, estaria milho-nário com minhas palestras de autoajuda.

Aliás, se soubesse a resposta, as cousas seriam muito, mas muito mais fáceis para mim.

Mesmo quando tentamos ter paciência, entender os outros e seus motivos, há horas em que a verdade mais pura é que: as pessoas às vezes são simplesmente chatas mesmo.

Acho que cada dia me aproximo mais do ponto da intolerância saudável, também conhecida pela seguinte frase: "a paciência tem limite".

Talvez a compreensão humanística não seja a resposta para uma boa convivência; tudo acaba ficando muito mão-única.

Que saco.

Xous & surpresas



É muito raro para mim descobrir uma banda nova em um xou. Primeiro, porque eu não vou a muitos; segundo, porque quando eu vou a um xou, eu quero conhecer todas as músicas e cantar a valer, o que não deixa muito espaço para novidades ao vivo.

Entretanto, eu ainda sim sou surpreendido por delícias eletrônicas, tal como aconteceu com o B0$$ in Drama, um projeto do Dj Péricles, de Curitiba.


Uma das melhores surpresas na pixxta que já tive.



22 de fevereiro de 2010

Abecedário

Num momento totalmente aleatório e pró-atoísmo, fiquei viajando nos alfabetos das línguas. Não é fofo que os idiomas acrescentem letras ao já cansado alfabeto latino?

Compartilho com vocês minha falta do que fazer na lista das letras que mais me aprazem dos idiomas que conheço:

ç - não é por nada não, mas o cê-cedilha não é uma graça?

æ - uma letra muito estética.

å - existe algo mais fofo que o 'a' com bolinha? Escandinávico.

ã - o til enfofa qualquer vogal.

ð - redondinha e gostosa adição do islandês.

ż - tenho uma boa queda pelo zê com bolinha, do polonês.

ü - sou só eu ou o trema suuuper combina com o u?

Apesar de não ser latino, quem não se sente atraído pelo ש, do hebraico?

Pronto, agora vocês já sabem o que eu fico fazendo quando estou com MUITO tempo livre.

19 de fevereiro de 2010

Divertindo no Norte

Aproveitando a deixa do site-irmão SWAB, venho por meio deste apresentar minha empolgação pela divertidíssima banda norueguesa Casiokids


Desde o A-ha não se via algo tão fofoluxo vindo daqueles lados do Norte.

As letras também são bem divertidas. Mostrando o conhecimento, aqui vai uma lista dos nomes das músicas e suas traduções:

Grønt lys i alle ledd - Luz verde em todas as direções
Togens hule - Furo na toga
Verdens største land - O maior país do mundo
Fot i hose - Pé na meia-calça
Finn bikkjen! - Ache o totó!
Gomurmamma - Mama Gomur
En vill hest - Um cavalo selvagem
Min siste dag - Meu último dia


Traduzir é divertir; divertir é viver.

18 de fevereiro de 2010

Civilizando-nos

O dia-a-dia vivido com muita observação é um dos melhores tipos de autoterapia que existe na humanidade.

Mesmo me considerando uma pessoa assaz aberta a diferenças sociais, culturais, étnicas e religiosas, eis que descubro em mim intolerâncias incômodas.

Na escala da vida civilizada há, do menos ao mais cível: o preconceito, a intolerância, a indiferença, a tolerância e a aceitação. Uma vida minimamente possível em sociedade acontece a partir da indiferença, pois ela não gera nenhum ato agressivo e/ou persecutório no indivíduo.

Há, entretanto, uma grande diferença entre os dois pontos mais positivos da escala: existem os que toleram e ainda aqueles que aceitam.


Tolerar é admitir a existência de algo ou alguém, mas excluindo ou desejando excluir o fato/sujeito da sua vida diária. É algo extremamente complicado, porque a vontade de catapultar a pessoa do convívio pode ser muito forte.

Aceitar as opiniões e modos de vida alheios ao nosso ser é um exercício constante de tentar passar por cima daquilo que nos desagrada em prol de uma convivência mais positiva em sociedade.

Admito que ainda não cheguei lá, mas estou tentando. E bastante.


15 de fevereiro de 2010

Alá-ô

Agindo brasileirissimamente, hei de tirar uns diazinhos de folga das postagens por motivos momescos.

Divirtam-se na rua, na chuva, nas fazendas ou nas grandes cidades, que é o que eu estou fazendo.

Alalá-ô-ô-ô...

12 de fevereiro de 2010

Inspiração


Com a morte de Alexander McQueen, o mundo perde uma de suas mais importantes figuras de criação no auge de sua produção no universo da moda.

Pessoalmente, a importância da criatividade alheia jaz no fato de que criação e ideias alimentam criação e ideais. Acho muito mais fácil achar inspiração para escrever, por exemplo, quando algo de muito criativo salta-me aos olhos, ouvidos e etc.

Para homenagear o talentosíssimo e desafiador McQueen e todos aqueles que exalam boas ideias e questionam o mundo, eis aqui uma lista dos meus ídolos mais queridos no quesito inspiração:

  • Moda

Alexander McQueen/Riccardo Tisci (Givenchy):


  • Música:

Björk / PJ Harvey:



  • Cinema

Spike Jonze/Lars Von Trier:




  • Artes




Só para citar aqueles que mais me iluminam nas horas de seca.

Que a criatividade de McQueen e de todos esses permaneçam parte de nossas vidas.


PS: Bão carnaval!!

11 de fevereiro de 2010

Feia >>>> Linda

Na vida em sociedade, existem momentos embaraçosos que podem nos deixar mais sem jeito que muita saia/calça justa por aí. É nessas horas que ficamos feios, como dizem os sábios.

Pois bem, há salvação para os momentos mais horrorosos. Meu amigo Adriano e eu (agora não lembro de quem foi a ideia original, mas acho que foi dele) desenvolvemos uma técnica milenar que salva qualquer alma da vergonha social: a cabalistíssima técnica da Feia-Linda.

Ao contrário do que muitos possam pensar, essa estratégia de convívio não nos impede de cometer gafes ou de quebrar a cara. Não, muito pelo contrário. Por meio dela somos capazes de ficar os mais monstros do mundo, num determinado momento, só para depois emergirmos os mais lindos do sistema solar.

Ela é especialmente eficaz em situações de egiptismo. Suponhamos:

Você está andando na rua e resolve - por ser muito gente boa - cumprimentar aquele semiconhecido com quem conversou numa festa. Pois é, eis que essa pessoa vira a cara com tanta vontade que até Cleópatra invejaria. O que fazer? Ficar Linda!

É só se lembrar do quanto você rirá ao contar o caso para seus amigos e ainda em como sua fama de legal vai aumentar quando você perceber que não precisa de um oi de um inseguro, digo, metido para garantir sua alegria.

Mas, uma cousa deve ser dita: é preciso muito auto-humor para utilizar essa técnica.

Experimentem.

10 de fevereiro de 2010

Amando indie: dica

Uma banda nem tão nova que tem me cativado a valer nos últimos tempos, musicalmente, quero dizer, são os canadenses do Caribou:



Estou numa onda indie que anda se sobrepondo a todos meus gostos musicais. Forte cousa.

9 de fevereiro de 2010

Amores indies

Ao encontrar e ler meus diários de adolescente, eis que me deparo com relatos de sonhos (eróticos ou não) com cantores, membros de boy-bands e etc. Isso é o que chamo de sonho recorrente.

Antes de contar para minha psicanalista o fato, faço aqui uma lista dos vocalistas de bandas indies que mais me aprariam namorar. Meu Top 5:

1. Oliver Sim, do The xx. A voz mais goshtosa do indie rock e cara de marginal = S2


2. Alex Turner, do Arctic Monkeys. Ele é feiinho, mas tem sotaque forte e meu coração.


3. Ed Macfarlane, do Friendly Fires. Gato com charme do dente torto. Irresistível.


4. Erlend Øye, do Whitest Boy Alive. Estilo e multitalento em pessoa.


5. Ezra Koenig, do Vampire Weekend. Meu novo candidato a namorado, acho que mei gay.


Não precisa nem ser adolescente para amar esses rapazes, né?

8 de fevereiro de 2010

Do cult ao kitsch: o pop não me compromete

Quem convive com pessoas cult no seu dia-a-dia conhece a metidez, digo, ojeriza que elas têm frente a tudo que é do povo, digo, popular. Antes de defini-los por aquilo que eles fazem, esses indivíduos se caracterizam por aquilo que eles não fazem ou gostam. No nosso Brasilzão sem porteira, ser cúltico significa:

  • odiar todo e qualquer programa de TV (aberta então é um crime);
  • enojar-se com o axé, o sertanejo e o pop;
  • não suportar o carnaval idealisticamente;
  • etc, etc, etc.

Como frequentador bastante assíduo dos meios de produção e divulgação da cultura, encontro-me assaz frequentemente com pessoas dessa seita. Os mais desavisados diriam até que faço parte desse time, mas há algo importante que me exclui dessa seleta de legumes importados: eu AMO o pop!

Eu adoro ouvir (e dançar) Beyoncé, Lady Gaga, Rihanna, Britney, Madonna e toda essa turminha. Acho irrestível; é um ritmo que atinge qualquer homo sapiens - deve estar inclusive no DNA. E voltando para Pindorama, quem não se vê nas letras sofridas do sertanejo? Ou não pula pra levantar poeira? Faço tudo isso e muito mais.

E para quem gosta disso e não quer se sentir menos intelectual, criou-se a categoria kitsch. É barango, mas dá para aplicar um conceito: é kitsch!

Kitsche-se

Eis então que me deparo com a seguinte declaração de Brian Eno (se você é cult, tem que conhecer):

"Kitsch é a desculpa dos intelectuais para se permitirem sentir algo comum com a maior parte das pessoas de quem eles querem se distanciar."

Lindo, né? O pop não me compromete.

So put your hands up!

3 de fevereiro de 2010

Fotógrafos favoritos

Depois da música, o artistismo que mais me empolga é a fotografia. Adoro ver, ler sobre, comentar e captar tudo relacionado a ela.

Alguns fotógrafos têm me chamado a atenção nesses últimos tempos, por serem tradutores visuais de uma realidade diferente num momento tão saturado de imagens.

Tanto gaymente como esteticamente falando, dois artistas têm minha preferência:




Estética e tecnicamente, admiro a valer o trabalho de:


Há ainda o maravilhoso cuidado ao pensar a fotografia de meu ídolo técnico:


Perspectiva, foco, objeto, exposição, plano, iluminação, enquadramento, temática, beleza. Todos esses fatores estão conjugados no trabalho desses fotógrafos já consagrados.

Em breve algo sobre os neófitos.

2 de fevereiro de 2010

Surpresa

É impressionante até onde vão os bons frutos do bom-humor; inclusive os profissionais.

Evidentemente, sou contra o que eu chamo de doçura-estúpida, aquela gente-bondade e acúmulo de sorrisos que anulam a personalidade de uma pessoa. Ninguém é bem-humorado o tempo inteiro.

Não obstante, é inegável que uma alegria auto ou altergerada traz benefícios bem visíveis na vida de alguém.

Aconteceu comigo hoje. Tô bobo.




1 de fevereiro de 2010

Nossos erros criarão algo dourado*

No táxi indo para a abertura de uma exposição outro dia, eu, que não sou muito dado ao papo com estranhos, sou indagado pelo motorista sobre arte e estilo. Tudo começou com uma pergunta sobre meus óculos, os quais o taxista creu serem "moda anos 60", frase essa seguida de uma risada bem da jocosa.

Ele riu tão gostoso de mim que não pude deixar de dar valor à expressão de sua opinião. Expliquei para ele que a minha armação, além de ser original e antiga, é ótima por ser grande e permitir enxergar olhando para todas as direções sem ter que virar a cabeça. (Quem usa armações com lentes pequenas sabe do que estou falando).

Pelo endereço e para a minha surpresa, ele sabia que o lugar ao qual eu me dirigia era uma galeria. Foi então que ele me perguntou se eu era "artista". Ao responder que não, mas que gostava bastante e que às vezes escrevia sobre isso (como neste espaço do qual vos falo), o taxista revelou ser ele próprio "artista", ou melhor, "escultor aprendiz". Ele contou então que vinha esculpindo um jacaré em madeira, mas que ele ia acabar transformando a figura num peixe, pois não estava conseguindo acertar a mão.

Como ele já tinha me ganhado pelo seu escárnio sincero, fui fofo e abri os canais cósmicos para que os astros sussurrassem a seguinte frase pela minha boca:

"Às vezes aquilo que fizemos errado acaba sendo muito melhor do que a ideia original."

Agradeci, paguei e desci do táxi, pronto para a arte:



*Letra dessa música da fofa banda de meninas finlandesas com deliciosas músicas eletrônicas.