30 de abril de 2010

Olhos

Nada de palavras rykahs, (quase) nenhuma frase de efeito.

Para comemorar o ducentésimo post, nada mais apropriado que uma imagem de pura satisfação estética garantida.


Estou cada vez mais de acordo com Oscar Wilde; o prazer estético é muito, mais muito inspirador.

Joguemo-nos nele.



29 de abril de 2010

Dako é bom

A melhor opção para desestabilizar alguém que quer agredi-lo é não levar a pessoa a sério.

Melhor ainda quando você consegue se divertir com a afronta e, por isso mesmo, desmoraliza a criatura negativa.

Um movimento que começou nos EUA, mas que é baseado na experiência e que vem ganhando força no mundo é a apropriação de nomes pejorativos e conseguinte transformação de insulto para nome comum.

A palavra queer, hoje muito usada na Terra dos Yankees, na Europa e até na Argentina, já foi um termo altamente ofensivo para denominar os gays.

Da mesma forma, eu uso os nomes viado, bicha e cia no cotidiano como forma de não só desmistificar como exorcizar conotações negativas.

E, quando alguém grita 'viado!' para mim na rua, eu apenas aceno. Ok, às vezes também mando beijo.

Até porque a ofensa só existe quando ela é algo negativo para nós mesmos.

26 de abril de 2010

Mialegru

Descobri que esse negócio de "ficar descontente" consigo próprio é cousa de quem pensa demais.

Face a um tanque cheio de roupa ou a um bom chuveiro estragado, não há nada que não possa ser relevado a nível de instropecção.

Nesse esforço por um dia-a-dia menos teórico, mais uma vez apelo para música. Meu amigo Pet, que está hospedado aqui em casa, me jogou essa cançã de manhã e suspeito que ela tenha tido repercussões bem positivas no meu humor:


Novos queridinhos indies, Micachu and the Shapes mandam ver no improviso e, às vezes, lançam hits divertidos que alegram pessoas. Que ótimo, ?

23 de abril de 2010

Ilustrando

Eu bem que tento, mas às vezes o azedume se me impõe e eu fico com vontade de ter poderes de sumir com as pessoas que afrontam meus conceitos.

Fico realmente descontente comigo mesmo quando tenho esses pensamentos levemente destrutivos da felicidade chata alheia.

Mas, quer saber? Meio que foda-se.



Módulo isolamento: ativar.

22 de abril de 2010

Rios vivos

Toda vez que vejo alguma notícia relacionada à cidade, fico com um misto de apreensão e esperança. A esperança é de que a nova obra/ideia seja algo de bom, útil ou cidadão para a cidade e a apreensão é de seja tudo mais uma estratégia visual de mais uma iniciativa para os carros, ao invés dos habitantes.

A nojenta Linha Verde foi a minha maior decepção. Milhões de reais gastos em toneladas de concreto para beneficiar os carros. Ah, diz que os motoristas também saem ganhando.

Nesse ínterim, eis que me deparo que algo (na imprensa nacional) que, se Adonai quiser, há de inspirar a população a se manifestar em prol de uma vida mais digna.



O rio Cheonggyecheon, em Seul, na Coreia do Sul, foi desenterrado e trazido de volta à vida após anos em seu túmulo de concreto. Não só a prefeitura transformou parte de seu leito em parque, como também deixou a mata natural crescer às margens.

Tietê, Arrudas & cia estão suspirando de inveja.

Vamos dizer não à burrice urbanística?

21 de abril de 2010

Promessa

Um pouquinho de preguiça-monstro é perdoável no feriado e em sua véspera, não é?

Que tal então uma música boa pra relaxar na alegria das últimas horas do dia livre?

Ei-la:


Não é fácil de gostar? Eu ando me prometendo simplificar as cousas, então...

Juro que estou tentando.

19 de abril de 2010

Morde-fronha

Em Belo Horizonte, é muito raro uma peça de teatro sequer alcançar a mediocridade. Uma peça realmente boa, então, é um acontecimento quase utópico.

A recém-estreada encenação da peça BENT é uma muitíssimo bem-vinda exceção.

De autoria de Martin Sherman, o texto datado de 1979 foi revolucionário nos anos 80 por ter sido a uma das primeiras obras artísticas a levantar a questão da perseguição dos homossexuais pelo regime Nazista de Hitler.

A adaptação agora em cartaz no Teatro Kléber Junqueira (Rua Platina, 1827 - Calafate, BH) é uma representação fiel não só ao texto como ao conteúdo político e humanitário do original.

Usando a homossexualidade como mote do enredo, mas tratando de questões duais como dignidade-desrespeito, compaixão-impiedade, sinceridade-falsidade, amor-destruição e, sobretudo da superação das dificuldades, Bent é de uma beleza poética universal.

Os atores principais estão sublimes; em especial o que faz o papel de Horst (infelizmente não retive seus nomes). Num cenário cuidadosa e com iluminação sutil, a peça constrói a trajetória de Max, um berlinense gay de família rica que é preso pela SS e tem sua vida completamente mudada.

Os ingressos custam um pouco mais caro do que o normal, pois a peça não conseguiu patrocínio. A excepcionalidade do texto me leva a crer que isso tenha se devido à homofobia pura e simples.

De todo jeito, vale muito, muito a pena ir assistir.


PS: 'Bent' é a maneira pejorativa pela qual os gays eram tratados no início do século XX na Inglaterra. O título deste post é uma possível tradução do termo.

18 de abril de 2010

Se jogue: siga.

Uma novidade bloguística é a recém-adicionada possibilidade de este blogue ser seguido por aqueles que se interessarem.

Ao clicar em 'seguir', o leitor é automaticamente adicionado a uma lista que o permite saber sempre que o espaço for atualizado.

Para quem quiser, se jogue e me siga.

16 de abril de 2010

Culto ao corpo e cérebro

Depois da minha muitíssimo bem-sucedida campanha Arrasa sem fumaça!, venho por meio deste lançar mais uma campanha edificante:

Gostosos Cultos Contra Algozes!

Histórico

Dados empíricos mostram que a maioria das pessoas indies/modernas/fashion/descoladas/punks/alternativas de BH (e quiçá do Brasil) tem asco de exercícios físicos por terem sofrido traumas escolares educacionais-físicos. Foi comprovada também a tese sociológica de que existe um preconceito difundido, baseado em análises conversacionais de academias de ginástica, de que ser gostoso = ser burro.

Missão

É chegada a hora de nos revoltarmos contra esse monopólio da gostosura (olha que nem estou falando de beleza) pelos pouco interessantes! Nessa batalha contra os estereótipos, todos aqueles que se consideram prafrentex encontrarão alguma atividade física que lhes apraza e ficarão MUITO gostosos, vingando-se assim daqueles algozes escolares.

Justificativa

Quem disse que ser indie significa ser largado com o corpo? Quem disse que os indies não podem ser agraciados com uma barriga tanquinho ao se beijarem numa festa da Wannabe? Quem disse que braços malhados não arrasam mais ao som do The XX?

Finalizando

Sermos gostosos terá o delicioso gosto da gostosa vingança pela gostosura.

15 de abril de 2010

Acho pouco bom

Pessoas extremamente exigentes consigo mesmas, tais como eu, sofrem muito quando cometem erros até certo ponto evitáveis.

Uma falta de atenção minha pode ter contribuído para dificultar um pouco a vida de uma pessoa querida. Agora fico aqui, no sofrimento psíquico. Ai.



Que a música me ajude.

13 de abril de 2010

Crítico até o fim

Depois da minha amiga Juju, eu devo ser a pessoa mais crítica do hemisfério sul. Ainda assim, há alguns tipos de xoxação que eu não tolero.

Exempla grata, críticas às religiões contrapondo-as à ciência. Pessoalmente, não sou nada a favor da religião organizada e conheço bem os males que ela pode causar, mas isso não me faz nem um pouco menos crítico de outras crenças. Nem mesmo da ciência.

O que os cientistas ateus fervorosos não percebem é que a defesa deles da ciência é perigosamente próxima dos debates teológicos que abundam nos templos religiosos. Os psicanalistas ortodoxos extremistas que o digam.

Se alguém quer ser crítico, que o seja com critério. E até o fim.

10 de abril de 2010

Experimento

No meu novo movimento pela conciliação entre o físico e o intelectual, resolvi ir à academia hoje. Ao sair, me deparei com um cartaz convidando todos os frequentadores para uma festa temática com dj e etc na semana que vem. Pensei com meus botões: quem é que vai numa festa dessas?

Segundos depois, me veio o pensamento de que muitos dos alunos devem não só ir como ver um evento desses como uma oportunidade maravilhosa de convívio com os outros membros da academia. Eu, que ajo naturalmente no meu módulo concha quando lá vou, fiquei perplexo com a existência de um universo tão diferente do meu.

Tem-me sido cada vez mais interessante observar mundos tão alheios ao meu, realidades sensoriais tão diferentes das minhas que eu não consigo nem imaginar como devem ser. Ultimamente, ao invés de rechaçá-las, fico curiosíssimo a seu respeito. Como deve ser achar que uma tal festa possa ser muito legal? Como deve ser sentir as imensas emoções das letras de uma música de apelo popular? Como é ficar satisfeito com qualquer coisa?

Vou tentar mudar de corpo por um dia e depois conto para vocês.



8 de abril de 2010

Fofofofofofo

Nada como uma boa banda delícia para refrescar as ideais depois de um dia cheio, bem cheio.

Esta aqui é uma que eu acabo de descobrir:


Nem é porque o vocalista é ruivo, mas o Two Door Cinema Club é uma fofura.

7 de abril de 2010

5 discos que mudaram uma vida: final


O último dos 5 discos do mundo indie que mais me marcaram é mais recente; foi lançado há pouco mais de 2 anos.

Geralmente, para cada momento da minha vida há uma trilha sonora bem específica. Essas cançãs me marcam de um jeito bem profundo, se conectando para sempre à minha trajetória e ligando-se emocionalmente às minhas escolhas. Foi assim com esse disco de PJ Harvey:

5. WHITE CHALK, de 2007.


Uma amostra:


Um disco que fala sobre as origens e a maneira como elas nos influenciam, White Chalk foi crucial na minha decisão de mudar profundamente vários aspectos da minha vida. Com sucesso.


2 de abril de 2010

5 discos que mudaram uma vida: 4

Para tudo, todos e sempre na minha vida há uma trilha sonora que reflete, traduz e ajuda a recordar aquele momento.

Os primeiros arrepios do amor e da paixão também entraram nessa seleção.

Para harmonizar com uma história permeada de encontros exóticos e etéreos, a presença (à época quase que secreta) de Sigur Rós foi tão intensa quanto mítica:

4. ÁGÆTIS BYRJUN, de 1999


Uma amostra:


A trilha sonora daqueles encontros ficou por muito tempo envolta em mistério, já que eu não sabia nem quem cantava, nem como se chamava nem onde podia ver esse pessoal, até que um dia, ao ver uma propaganda duma companhia aérea islandesa que usava a música do Sigur Rós, tive a chave para descobrir.

Foi emocionante.

1 de abril de 2010

5 discos que mudaram uma vida: 3

Mais ou menos desde os anos 60-70, se você fosse gay, seu gosto musical estava naturalmente direcionado às divas da música: jazz, discoteca e depois pop e exarcebadamente às divas do pop (sendo Madonna a Rainha).

Eis que, nos anos 90, surgem com força bandas amigas das bichas (aka gay friendly) com membros que tomavam os instrumentos para si e botavam as bocas gays no rock. A mais impactante para mim foi, sem dúvida, o Placebo.

3. WITHOUT YOU I'M NOTHING, de 1998.


Uma amostra:



O clipe dessa música, Pure Morning, abriu mais uma vez o mundo para meus olhos sedentos por diversidade na diferença.

Foi também um ótimo momento para a música indie; muita gente nova despontando.

Oh, nostalgia...