Cinco cousas que me aconteceram na minha última viagem.
1. Decidimos ir de van do aeroporto à cidade e fiquei desconfiando do motorista. Por um momento, cheguei a pensar que ele fosse nos sequestrar, mas foi alarme falso. O leve azedume surgido devido ao trânsito se esvaneceu ao percebermos que ele fazia uma pergunta gentil a cada passageiro que descia. Exageramos na gorjeta.
2. Ficamos perdidos no metrô. Algumas vezes. Na mais trabalhosa, fomos parar em um lado pouco interessante do Brooklyn e, até descobrirmos que estávamos esperando o trem do lado errado da plataforma, perdeu-se meia hora. Felizmente chegamos ao nosso destino, mas não a tempo de ver o xou mais legal. Resolvemos mentir pra todos que tínhamos visto e amado a apresentação de uma das bandas mais neo-hypadas do momento.
3. Fomos influenciados por vendedores simpáticos e competentes que nos convenceram a levar itens que nem queríamos tanto, baseados na sinceridade deles: ouvimos algumas vezes que determinada coisa não ficava boa em nós. Quando eles achavam que algo nos servia, comprávamos. Influenciáveis?
4. Fui paquerado por um rapaz lindo, atencioso, perspicaz e gentilmente expansivo. Me imaginei largando tudo e indo morar com ele no Harlem, onde levaríamos uma vida com base na arte e em empregos fúteis porém altamente interessantes, como vendedores de chapéu. Não entendi como ele se chamava.
5. Uma briga amical provocada por situações de estresse viagístico nos levou a elocubrações incríveis sobre a teoria das discussões e perdas de paciência. Concluímos que, por mais que se goste e conheça-se os pontos fracos do outro, ainda assim explodimos e machucamos quem gostamos por não conseguirmos segurar nossos próprios impulsos agressivos.
Quis ter uma vida em Nova York.