O estudo acerca dos imigrantes brasileiros continua. Como relatado na
parte I, há dois tipos de imigrantes: aqueles que se integram e os phamosos biscates.
Esses brasileiros que buscam marido e/ou grana no exterior apresentam características bastante intrigantes e sempre muito similares. De maneira muito interessante, todos eles sempre sonharam em morar na "gringa" (mais uma abominável locução), mas, ao lá chegarem, só ficam falando de como a vida era maravilhosa na Brasil. Paradoxal, não é mesmo minha gente?
Há também aqueles que vivem nas pequenas comunidades brazucas, muitas vezes em contextos monolíngues e isolados culturalmente. Essas pessoas vivem querendo reconstruir o Brasil no exterior, com seu tráfico de gostosuras, revistas e todo o tipo de besteira e futilidade brasileira. O que eu sempre me perguntei foi: por que não aproveitar o que tem de bom no país em que se está, sem se esquecer o que foi deixado? Esse povo vive querendo viver no deixado. Não dá.
O filme Jean Charles, sobre a história do homônimo que foi assassinado pela polícia britânica por engano retrata bem o pânico e decadência moral do tipo II de imigrante brasileiro. Sem ignorar o absurdo da morte dele, mas sendo cortantemente sincero, o exemplo que ele dá dos brasileiros é o pior e mais degradante possível. É aquele tipo de pessoa que não só recria a cozinha, as roupas medonhas de feias e as festas brasileiras como também reproduz aquilo de mais criticável que nós temos: o infame "jeitinho". Passaportes ilegais, esquemas ilícitos, criação de vantagens corruptas... Tudo isso faz parte do repertório de tal figura. Lamentável.
Quem nunca teve preconceito com brasileiros baba-ovo no exterior que atire o primeiro passaporte
ilegal.