27 de outubro de 2008

Je [cœur] mes amis ou Amizade em três momentos

Momento 1: depois da longa viagem, eis que Adriano aparece da portinha que separa a área dos que estão chegando da área dos que esperam no aeroporto. A área das expectativas antes da passagem para o domínio da saudade, numa avaliação poetizada. Do meu mais contido ser, ao vê-lo realmente passando por aquelas portas depois de uma saga recheada de incertezas, verteram lágrimas que muito me surpreenderam. Abraços se seguiram.

Momento 2: após seis dias de intensas visitas, divertidos passeios e alegres noites, eis que me encontro sozinho com o Rô num ponto de ônibus, às 3h30 de uma madrugada chuvosa e fria (10 graus ou menos), merecedora da clichezuda frase "ninguém merece". Uma conversa leve e gostosita é interrompida pela chegada do ons que o levaria para o aeroporto. Meu coração latino se corta ao me despedir dele.

A passagem e registro desses dois momentos, em tão fofamente arranjada cronologia, alembrou-me de um outro tempo em minha vitchinha. Houve uma época que durou bastante em minha vida na qual eu sobrava bastante, mas bastante mesmo. Uma dose de escolha própria, uma pitadinha de receio, duas colheradas de simples conformismo, somados a duas toneladas e meio de alimentos de preconceito dos outros eram a receita de tanta sobra.

A presença desses dois amigos tão príncipes de meu coração (ando muito monárquico e nobrelizante, talvez por estar levemente impressionado com a grandeza do poder autocrático) me faz pensar nessa época - a minha idade das trevas - e apreciar ainda mais meus queridíssimos amigos. Só de pensar que eles se deram a todo esse trabalho de vir de tão longe para me ver... Esquenta o peito da gente!



Les Meilleurs Amis

26 de outubro de 2008

atarefado

As tarefas são muitas, e as obrigações de anfitrião se me impõe a valer... Por isso meu sumiço, mas logo logo reaparecerei, mais uma vez tal qual a Fênix!

Para minha alegria, apareceu mais um xou da musa do meu i-pod, Lykke Li! Descolei até dois tiques, um pra mim e outro pro Rafa! Iúpi!!

Um gostinho:

13 de outubro de 2008

Vida com trilha

Alguns artistas, bandas e esqueminhas vêm alegrado meu programa 'Cidade com trilha sonora'. Explico: toda vez que estou andando na rua, sem rumo ou com um destino específico, AMODORO ter uma musiquinha supimpa nos ouvidos. Escutar o que gosto e ver o que me apraz está sendo um prazer sem igual.

Então resolvi fazer uma listinha do que mais tem agradado meus ouvidos:

1. Lykke Li. Amo muito tudo isso, música, letras, voz, instrumentos, arranjos.
2. Santogold. Descoberta recente, voz boa, arranjos doidos, visual do carai.
3. Ladyhawke. Rockinho, anos 80, letra de menina. Fofo.
4. Arctic Monkeys. Capítulo à parte, já que sempre ouço primeiro a cover da Amy.
5. Kylie Minogue. Como o pop não me compromete, me jogo mesmo. A melhor trilha pra andar rápido!

Como podem ver, não consigo resistir a vozes femininas ou afeminadinhas! Também me relaciono com as letras, não é?


Lykke Li: rainha do meu i-pod

12 de outubro de 2008

A partilha

Minha amiga Carol, que aqui mora há quase dois anos, recentemente mudou de casa e foi para um apartamento maior que ela divide com mais três pessoas. Como no ano passado sei que ela morava sozinha, no seu próprio studio, indaguei-a a respeito de possíveis conflitos e encheções saquísticas. Se a sua resposta me tivesse sido dada há uns 3 meses atrás, acho que não entenderia, mas hoje sei bem o que ela quis dizer.

Uma das cousas que sempre quis em minha vida adultinha (ou seja, desde os 18 anos) foi ter a chance de morar sozinho, mas morar sozinho mesmo. Eis que tal oportunidade se me apresenta parcialmente, pois aqui divido o apê com uma pessoa.

Na maior parte do tempo, K. está presente, mas com uma certa freqüência fico só eu aqui. Para a minha grande surpresa, não achei tão bom ficar completamente alone gay. Fico meio enlouquecendo, mexendo muito no computador, ouvindo música, comendo e fazendo bagunça - tudo ao mesmo tempo. Daí, também para o grande espanto de minhas idéias separatistas, frago-me aliviado quando ela chega e batemos um papo um fazemos um programa bucólico.

Foi nesse espírito que pude enfim concordar e entender as idéias de Carol, femme indépendente e libérée (adoro expressões em francês, acho uma cousa meio Danuza). O ser humano é realmente um ser social, mas nunca pensei que eu também seria um.

Quem diria?

7 de outubro de 2008

Lado azedo: cinco coisas que desgosto

Antes de me acusem de deslumbrado e que digam que eu mudei no estrangeiro, que perdi meu tão famoso e aclamado senso crítico, venho por meio deste expor algumas pequenas cousitas que me desagradam aqui. Como todas as pessoas críticas do mundo, os budistas e eu sabemos, nada é perfeito.

Eis minha listita de coisas que não me aprazem:

1. Pessoas que fedem. Sim, é verdade. Há muita gente fedida por aqui, especialmente no metrô. Uma dica: mantenham-se afastados dos homens velhos e de imigrantes em geral (principalmente os homens, mais uma vez) porque a chance de eles serem mal-cheirosos é maior. Por que esse povo não toma banho????

2. Retroburrocracias. As daqui são quase piores que as do Brasil. Só não digo que são piores porque as pessoas são mais bem educadas, mas a burocracia é um saco de todo jeito. Exemplo: para fazer matrícula num curso, você precisa de ter um tal documento, mas para ter tal documento é preciso que você comprove estar matriculado num curso. Faz sentido? Não.

3. Atendimento blasê. Os vendedores e lojas daqui, muito acostumados às tetas do governo e dos salários inflados, não fazem a menor questão de vender ou de fazer pequenas concessões para ganhar um cliente. Quando disse que não teria como levar uma estante porque teria que ir em outro depósito pegá-la (na tal loja já se esgotara) o vendedor simplesmente me diz: "faça como você quiser, Monsieur". Eu digo não à subserviência do proletariado, mas isso não quer dizer que o cliente não deva ter o melhor dos tratamentos!

4. Bancos. Os bancos daqui não são informatizados, cada agência funciona na hora que bem entende, não há comunição entre as agências de um mesmo banco e TUDO tem que ser feito na boca do caixa. Quem diria que teria até saudade do Bradesco?

5. Falta de sorriso. Gente, dou uma de brazuca agora, mas por que essa galera não dá um simples sorrisinho às vezes? Nem quando se faz uma gentileza urbana ou se agradece, as pessoas sorriem. Why so serious?

4 de outubro de 2008

Pequenas coisas pequerruchas gostosas

Há várias coisas a se gostar em Paris, todas muito fofas e legais, mas há mais que se aproveitar que os bons e velhos monumentos abat-jour. Muitas pequenas coisas vêm muito me aprazendo, dentre as quais:

1) Bares e boates sem cigarro. Para mim o ápice da campanha "Arrasa sem fumaça", pois pode-se sair, arrasar no modelão e, caso assim o deseje, repeti-lo no dia seguinte. Sem olhos ardendo tampouco.

2) Pequenas praças arborizadas e jardinísticas. Lugares aprazíveis para ler, não fazer nada ou comer o seu sanduba delícia qndo não se tem dinheiro para o restaurante.

3) As adolescentes muçulmanas. Muitas vêm arrasando nos véus coloridos com produções descolês, deixando bem de lado burcas ou producs em preto/marrom. A moda salva.

4) Vernissages de graça. Arte e o melhor, bebidinhas de graça.

5) Promoções de almoço completo. Preços agradáveis, comida gostosa, com direito a sobremesa e café. Diliça.

A pura alegria das pequenices.