Nesse imbroglio inserem-se, naturalmente, os psicoterapeutas. Ainda que munidos do suposto saber que igualiza as sexualidades, muitos desses profissionais são homofóbicos. E sem se dar conta.
Já ouvi de muitos psicanalistas e psicoterapeutas os maiores absurdos a respeito da homossexualidade. (O destaque veio para a incompreensão aguda de uma psicanalista em formação a respeito do travestismo, considerado por ela uma psicose com delírios de automutilação).
Como se assegurar, então, de que se está nas mãos certas? Averiguando através de algumas perguntas. Pergunte ao seu candidato a ou mesmo ao atual terapeuta:
1. Você já trabalhou com muitos homossexuais? Acho neles traços em comum?
Se ele responder em termos de psicopatologia, fuja, pois ele estará dizendo que não só inexistem traços individuais nas pessoas, como também que todos os homossexuais apresentam patologias psíquicas.
2. Qual é a causa da homossexualidade?
Se ele responder que há uma causa, abandone a terapia. A sexualidade em geral não tem causas, mas sim origens. Todas as pesquisas atuais acerca da sexualidade apontam para evidências multifatoriais para toda e qualquer tipo de orientação sexual. Não saber disso implica ignorância ou arrogância. Talvez ambas.
3. A terapia lida com os homossexuais como se eles fossem iguais aos hétero?
Por mais igualitária que seja a pessoa, as duas coisas não são equivalentes. Os homossexuais estão sujeitos a uma carga de pressão psíquica muito diferente daquela dos heterossexuais. Tratar os dois como sendo iguais demonstra que o terapeuta ignora necessidades específicas daquele grupo.
As respostas para essas perguntas serão fortes indicadores do nível de preparação do seu terapeuta para lidar com as questões relacionadas. Pode-se e deve-se trocar de psicoterapeuta caso esse não se mostre apto a tratar de questões importantes para o cliente.
Não se deve nunca aceitar a mediocridade.