3 de agosto de 2009

Poesia do dia a dia

Sei que não sou muito dado a recomendar e nem gostar tanto assim de músicas nacionais. Tampouco me aprazem as composições tupiniquins, que são, ao meu ver, ou simplistas demais ou megassuperhiperescritas e/ou pseudointelectualizadas.

Acho que nos faltam letristas inspirados de linguagem acessível, longe dos quebra-cabeças líricos que alguns de nossos melhores compositores produzem.

Nessa onda, eis que me lembro de uma letra e música que muito me agrada e toca. Sem mais delongas, aqui vai:

Eu quero a sorte de um amor tranquilo
Com sabor de fruta mordida
Nós, na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia...

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno
antimonotonia...

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio
O mel e a ferida
E o corpo inteiro feito um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente, não

Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio que me dê alegria...


Acho um luxo só. Por anos, essa música foi meu mantra secreto para o campo do coração. Experiências, vida e centenas de sessões de terapia depois, o resultado todo mundo já conhece.

Todo o amor que houver na vida, (Cazuza).

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