25 de novembro de 2008

Declínio e Queda do Império Viadano

Quem um dia tiver a curiosidade socioviadológica de percorrer os lugares para o público homensexual de Paris, London, Baby-you-can-keep e Amesterdão há de perceber algo impressionante: a pouca quantidade de gayzinhos jovens.

Primeiro pensei que fosse a escolha do lugar; estava em um lugar freqüentado majoritariamente por hombres mais senhoris e que talvez os jovens estivessem em outro lugar. À medida que o tempo foi passando, fui reparando a cada vez que simplesmente não via quase ninguém com menos de 30 anos nas buátchis e bares daqui. O quê estaria acontecendo com a junventude viada?

Quando a gente pensa no Brasil e nos locais gayos, e menos nos moderninhos, as bichas novam dominam; quase não se vê gente com mais de 30. Qual será o fator de tamanha diferença? Eis que fui mais uma vez a campo investigar tal mystério de Mãe Europa.

Pensando nas idades dos freqüentadores, me vi entrando num túnel do tempo homoerótico e por aí fui chegando mais perto da resposta. Esse pessoal (30 +), quando começou a enviadar e sair na noite, não encontrava abertura nem da sociedade nem de quase ninguém, e por isso se concentrou em bairros como guetos (numa estranha coincidência, o bairro viado de Paris é também historicamente o bairro dos judeus). Nos guetos pode-se ser gay e tá tudo ótimo, santa.

À medida que os anos foram passando, a sociedade ficou mais aberta e aceitando melhor essa galera viadinha. Hoje em dia não parece (pelo menos em Europa Ocidental) haver necessidade de se esconder nos guetos para viver. Os menines são como os meninos, a única diferença sendo que eles curtem uma brodagem mais exclusiva.

Minha cabalística hipótese me foi confirmada por um senhor no centro de informações homossexualas de Amsterdã. Disse-me esse senhor: "Os jovens não saem. Eles vão apenas a festas particulares ou lugares mistos".

No Brasil a galera ainda freqüenta bastante os guetos e 'lugares GLS' (sic) porque não rola tanta abertura da galera. Muita gente só se sente tranqüilo na bibice quando se encontra nas buátchis/bares. Entretanto, observa-se que, já há algum tempo, muita gente gê-ele-essa prefere ir a lugares miques a freqüentar baladas exclusivas.

Na opinião modesta deste colunista, este será realmente o futuro do viadismo. Héteros e homos de todo o mundo vivendo na grande harmonia e paz de INRI. Muito mais saudável e plural, né?


El fin dos guetos?

Um comentário:

Anônimo disse...

Airch! Eu bem me alembro do senhor guei em Amesterdão. E ele parecia aquele ator que tinha filho do filme "Priscila: A rainha do deserto australiano", também participante do filme "Matrix". E a teoria de Señor Napoleón se faz vera com minha humilde porém sofrida participação naquela que ficará conhecida para todo o sempre como "Eurotrip: do axé à Cher".