12 de agosto de 2010

Vontade seja feita

É um alívio quando podemos depositar a culpa de nossos erros em outrem, não é mesmo? Quando esse responsável se encontra tão longe que praticamente inexiste, então, é uma beleza.

A grande maravilha de crer em horóscopos e vontades divinas jaz justamente nesse interseção

entre as consequências e seus resultados desagradáveis. Se foram os astros ou Deus quem
mandou, que culpa temos?

O trunfo do horóscopo é que ele geralmente contém apenas indicações leves, positivas e gerais o bastante que quase não nos guiam. Com a sede por indenizações e ganância jurídica que existem por aí, os astrólogos não agem sem o devido respaldo advocatício das estrelas.

É tão fácil se eximir de responsabilidade que não custa nada para alguém culpar uma previsão por um crime.

Deus quis assim.


Imagem via Quarto de ideias

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