24 de junho de 2010

Simpatia genérica para desmemoriados

A minha memória persono-visual nunca me valeu de muita coisa. É cada embaraço que eu passo por não me lembrar de pessoas que já vi, com quem conversei e troquei ideias biopsicossociolinguísticas que quase já me habituei a fazer papel feio. Ai.

Somando ainda a minha jecança mineiro-egípcia, estão lançados os dados para o jogo da antipatia impressionística. Aprendi na terapia que isso não é muito bonito, então tento me corrigir com bastante afinco; creio.

Para aqueles que sofrem do mesmo mal, dou aqui algumas dicas, em ordem mnemônica (rysos) de importância:

1. Ao chegar numa festa, cumprimente todos com igual cortesia e amabilidade. Se você não se lembra de ter conhecido um dos presentes, você fica de fofo meio tímido.
2. Se alguém mencionar seu nome, não se acanhe em fazer a velha com Alzheimer e dizer que se esqueceu do nome pessoa. Lembre-se que nunca é lá muito simpático dizer que não se lembra da pessoa. Esquecer nomes é mais socialmente aceito, ?
3. Aprenda a ligar o botão da íntima imediatamente. Fingindo ser melhor amigo de todos, sua gente-bondade será ao menos espalhada antes que te tratem de antipático.
4. Grude em pessoas fofas e simpáticas que se lembram de todos. Daí, quando a simpatia da pessoa explodir ao seu lado, você a capta nem que seja um pouco.

No mais é só ligar a cara de pau que quase sempre dá certo.

Acho que eu nem devo ser tão chato assim, porque ontem fiquei melhor amigo de um menino de 8 anos que estava numa festa a que fui. Quem faz sucesso com criança só pode ter um pouco de doçura, ?

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