25 de fevereiro de 2010

Minha voz

Há quem diga que a tecnologia vai matar o cinema. Não creio.

Organizar mostras e festivais é uma boa maneira de atrair os espectadores para as salas de cinema, em especial aquelas ditas de arte (leia-se, que não passam filmes hollywoodianos). Mostras são geralmente focadas num tema, reunindo num só local o interesse de várias pessoas que têm a regalia de poder assistir a uma boa seleção de filmes previamente escolhida.

Eis que me dirijo então ao Espaço 104, um centro de cultura por hora ilegal, mas que tem propostas ótimas e exposições incríveis (além de um bar/café bem bom), para ver uma mostra de cinema africano. Como ainda estou obcecado por tudo africano sub-saariano, lá fui eu com as maiores expectativas ver um filme de Cabo Verde.


Um lixo. Nha Fala tinha uma sinopse incrível, mas na verdade se trata de um musical à la Trapalhões (mas sem intenção), misturado com o pior da cultura decadente francesa.

Ok, é legal mostrar coisas diferentes às pessoas, mas há que existir critérios. Não é só porque o filme é longe que ele merece atenção.

Já é hora dos produtores e curadores mineiros e nacionais, no geral, descobrirem que a qualidade deve falar mais alto que a curiosidade nas mostras e exposições.

Não é à toa que os espaços de cultura vivem tão às moscas.

Um comentário:

Paulandre disse...

Concordo e ainda acrescento que há uma subestimação por parte destes agitadores culturais que acham que tudo vale!