Ainda surfando na minha onda pseudoliterário, eis que dei de cara com um texto bastante elogioso a respeito de Arthur Rimbaud, um dos únicos poetas que eu realmente gosto.
Talentosíssimo, homófilo, e hebéfilo, ele arrasava as noites de Paris e nas descrições mancebísticas. Do vulgar ao luxuoso, ele soube bem interpretar meus sentimentos a respeito da exaustão:
No Cabaré-Verde
às cinco horas da tarde
Oito dias a pé, as botinas rasgadas
Nas pedras do caminho: em Charleroi arrio.
- No Cabaré-Verde: pedi umas torradas
Na manteiga e presunto, embora meio frio.
Reconfortado, estendo as pernas sob a mesa
Verde e me ponho a olhar os ingênuos motivos
De uma tapeçaria. - E, adorável surpresa,
Quando a moça de peito enorme e de olhos vivos
- Essa, não há de ser um beijo que a amedronte! -
Sorridente me trás as torradas e um monte
De presunto bem morno, em prato colorido;
Um presunto rosado e branco, a que perfuma
Um dente de alho, e um chope enorme, cuja espuma
Um raio vem doirar do sol amortecido.
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