27 de outubro de 2008

Je [cœur] mes amis ou Amizade em três momentos

Momento 1: depois da longa viagem, eis que Adriano aparece da portinha que separa a área dos que estão chegando da área dos que esperam no aeroporto. A área das expectativas antes da passagem para o domínio da saudade, numa avaliação poetizada. Do meu mais contido ser, ao vê-lo realmente passando por aquelas portas depois de uma saga recheada de incertezas, verteram lágrimas que muito me surpreenderam. Abraços se seguiram.

Momento 2: após seis dias de intensas visitas, divertidos passeios e alegres noites, eis que me encontro sozinho com o Rô num ponto de ônibus, às 3h30 de uma madrugada chuvosa e fria (10 graus ou menos), merecedora da clichezuda frase "ninguém merece". Uma conversa leve e gostosita é interrompida pela chegada do ons que o levaria para o aeroporto. Meu coração latino se corta ao me despedir dele.

A passagem e registro desses dois momentos, em tão fofamente arranjada cronologia, alembrou-me de um outro tempo em minha vitchinha. Houve uma época que durou bastante em minha vida na qual eu sobrava bastante, mas bastante mesmo. Uma dose de escolha própria, uma pitadinha de receio, duas colheradas de simples conformismo, somados a duas toneladas e meio de alimentos de preconceito dos outros eram a receita de tanta sobra.

A presença desses dois amigos tão príncipes de meu coração (ando muito monárquico e nobrelizante, talvez por estar levemente impressionado com a grandeza do poder autocrático) me faz pensar nessa época - a minha idade das trevas - e apreciar ainda mais meus queridíssimos amigos. Só de pensar que eles se deram a todo esse trabalho de vir de tão longe para me ver... Esquenta o peito da gente!



Les Meilleurs Amis

Um comentário:

Anônimo disse...

Ai que gracinha! ( CAMARGO, Hebe )
J' adoooooooooore!!!!